O pedido do CEO da Ubisoft por mais esforço dos funcionários da Ubisoft para reverter a situação preocupante da produtora após alguns fracassos comerciais foi respondido com uma convocação de greve, pedido de aumento de salários e redução da carga de trabalho por parte do sindicato francês Solidaires Informatique, que reune trabalhadores de várias produtoras de jogos francesas.

Na semana passada, a Ubisoft anunciou um novo adiamento para Skull and Bones, o cancelamento de três jogos não anunciados e planos para fortalecer seu foco em suas maiores marcas e serviços após vendas abaixo da expectativa dos últimos lançamentos da marca, entre eles Mario + Rabbids Sparks of Hope do Switch.

Outra medida anunciada foi um plano de redução de 200 milhões em custos nos próximos dois anos “por meio de reestruturação direcionada, alienação de alguns ativos não essenciais e desgaste natural usual”.

Em um e-mail enviado aos funcionários após os anúncios, o CEO da Ubisoft, Yves Guillemot, disse à equipe que “agora a bola está com eles”, em uma tentativa de estimular a equipe a se esforçar ao máximo para evitar que a situação se agrave.

Se Guillemot conseguirá extrair mais de seus comandados ou não só o futuro dirá, mas de imediato o sindicato Solidaires Informatique reagiu criando mais um problema para o executivo ao conclamar greve de meio dia na sexta-feira, 27 de janeiro, das 14h às 18h. Eles também pedem um aumento de salário de 10% neste momento, sob o argumento de compensar a inflação do último ano.

pp_amp_intext | /75894840,171588685/OUTER_SPACE_AMP_02

“Segundo Guillemot: A Bola está do nosso lado (mas o dinheiro fica no bolso dele)”, escreveu o sindicato em uma mensagem publicada nesta terça-feira.

“Em sua última declaração, o Sr. Guillemot anuncia um futuro preocupante para a Ubisoft. Se o pedido aos funcionários para serem ‘especialmente cuidadosos e estratégicos com seus gastos’ é irônico considerando a estratégia editorial da empresa nos últimos anos, não tem graça. Quando o Sr. Guillemot fala de ‘atrito’ e ‘ajustes organizacionais’, isso significa: reduções de pessoal, fechamentos discretos de estúdios, cortes salariais, demissões disfarçadas, etc”.

“Em várias ocasiões, o Sr. Guillemot está tentando jogar a culpa (mais uma vez) nos funcionários; ele espera que sejamos mobilizados, para ‘dar tudo de nós’, para sermos ‘o mais eficientes e enxutos possível’. Essas palavras significam algo: horas extras, pressão gerencial, esgotamento, etc. Senhor Guillemot exige muito de seus funcionários, mas sem nenhuma compensação”.

A Solidaires Informatique também emitiu uma lista de quatro demandas para a Ubisoft, que incluem um aumento imediato de 10% para todos os salários para compensar a inflação e melhores condições de trabalho, incluindo a redução do trabalho para quatro dias por semana.

O sindicato também pede “transparência sobre a evolução da força de trabalho, tanto local quanto globalmente”, e “um forte compromisso contra demissões disfarçadas e condenação de políticas gerenciais abusivas que levam os funcionários a demitir-se”.

pp_amp_intext | /75894840,171588685/OUTER_SPACE_AMP_03

Guillemot atribuiu os maus resultados do último trimestre às constantes mudanças no mercado de games, especificamente a concentração do público em “megamarcas” e jogos como serviço.

A editora agora pretende lançar Skull and Bones no próximo ano fiscal, que começa em abril e vai até março de 2024. Na mesma janela de lançamento devem sair jogos como Assassin’s Creed Mirage, Avatar: Frontiers of Pandora, “e outros jogos premium ainda a serem anunciados, incluindo um título grande, bem como títulos free-to-play” de algumas das maiores marcas da Ubisoft.