O PlayStation 4 vendeu “mais que o dobro” do Xbox One na última geração, de acordo com o documento enviado pelos advogados da Microsoft ao CADE brasileiro como parte do processo de aprovação da compra da Activision Blizzard.

Embora seja notório que a Sony tenha obtido larga vantagem sobre a Microsoft na venda de hardware durante a última geração, nunca houve divulgação, por parte da última, dos dados de vendas do Xbox One. Entretanto, com base em dados do varejo em várias regiões, analistas calcularam que o PS4 vendeu mais que o dobro do Xbox One, o que pela primeira vez é confirmado, ainda que indiretamente, pela própria Microsoft.

“A Sony já oferece um serviço por assinatura, o PlayStation Plus, que a empresa tem sido capaz de escalar a partir de sua base existente de usuários, do tamanho da plataforma
do PlayStation e de seu conteúdo exclusivo. De fato, conforme mencionado no § 114 do Formulário de Notificação, a Sony superou a Microsoft em termos de vendas de consoles e
base instalada, tendo vendido mais do que o dobro do Xbox na última geração”, lê-se entre as páginas 17 e 18 do documento enviado ao CADE.

Em março, a Sony anunciou que o PlayStation 4 havia vendido 117,2 milhões de unidades, o que o torna um dos consoles de maior sucesso de todos os tempos, atrás apenas do PlayStation 2 (155 milhões) e dos portáteis Game Boy e Nintendo DS.

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O documento enviado ao CADE também enfatiza que a Microsoft optou por deixar a briga pelo hardware em segundo plano enquanto tenta conquistar mais público por meio de software e serviços, especificamente com as assinaturas do Game Pass.

“Tal crítica subjetiva ao modelo de negócios do Game Pass também revela a real preocupação da Sony: o receio de que um modelo de negócios inovador que dá acesso a conteúdo de alta qualidade e a custos imediatos mais baixos aos consumidores – algo que deveria ser exaltado, em vez de criticado – ameace sua posição de liderança na indústria de jogos, com a Microsoft afastando-se de uma estratégia de negócios “device-centric” (no sentido de que os jogadores devem comprar PCs ou consoles caros para terem acesso aos jogos de melhor qualidade) em direção a uma estratégia mais centrada no consumidor (“gamer-centric”), que permitirá aos jogadores jogarem os jogos que quiserem, onde quiserem e com dispositivo que quiserem”, diz o documento.