O criador de Mighty No. 9, Keiji Inafune, admitiu que algumas escolhas erradas comprometeram o desenvolvimento do jogo e foram todas sua responsabilidade.

Após muitos atrasos, Mighty No. 9 foi lançado ontem na maioria das plataformas que terão o jogo. A recepção até agora foi bem negativa e muitas críticas citam um jogo sem imaginação, com qualidade artística ruim e que não faz justiça ao legado da série Mega Man.

Em uma transmissão pelo Twitch, Inafune assumiu a responsabilidade “por todos os problemas que vieram com o jogo” e citou algumas decisões erradas que tomou, como criar o jogo para 10 plataformas diferentes, uma excentricidade que se mostrou bem mais complicada que ele poderia imaginar.

Empolgado pela boa recepção do projeto no Kickstarter, Inafune e sua equipe criaram metas cada vez mais ambiciosas, como a criação de versões para 10 plataformas diferentes. “Em meus muitos anos na Capcom, a Capcom era conhecida por sua estratégia multi-plataforma”, disse Inafune. “Mas nunca eles fizeram 10 versões ao mesmo tempo, 10 versões diferentes de um mesmo título.”

“Acabou sendo uma enorme quantidade de trabalho, mais do que realmente estimado. Definitivamente, quando olharam para o projeto, eles estavam errados sobre um monte de coisas. Eles subestimaram a quantidade de tempo e trabalho que seria necessário. Todas essas coisas criaram uma enorme quantidade de pressão”, disse o tradutor da conversa.

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Segundo Inafune, Mighty No. 9 consumiu mais que os US$ 4 milhões arrecadados no Kickstarter e ele entende que o orçamento de um jogo é “algo difícil de estimar”.

Sobre as críticas ao jogo, Inafune comentou que “não são agradáveis”, mas “elas abordaram questões justas”. “Há um monte de coisas com as quais podemos concordar, e há um monte de coisas com as quais pensávamos que havíamos feito um trabalho decente, mas talvez não foi o suficiente aos olhos do público em geral. É algo que podemos tomar como uma lição e aplicá-la na próxima vez.”