O produtor de Final Fantasy 16, Naoki Yoshida, recorreu a um duplo twist carpado lógico ao ser questionado pela mídia americana sobre a falta de “diversidade” no elenco do jogo.

Embora Final Fantasy sempre tenha baseado sua estética e consequentemente elenco de personagens no estilo das animações japonesas, com personagens que se vestem bem e ostentam penteados impecáveis, a mídia e parte do público americano hoje clama pela presença de personagens negros ou “de cor” em qualquer produto de entretenimento, o que deixa o marketing internacional da Square Enix em uma saia justa.

O assunto foi abordado pelo site IGN em entrevista com Yoshida, observando que os trailers mostrados até agora apresentam principalmente personagens de pele branca, no estereótipo típico da série.

O produtor começou a responder reconhecendo que seus comentários podem ser “decepcionantes” para essa parte do público americano, e justificou que o design foi limitado pelo tema de “Europa medieval” do jogo.

“Nosso conceito de design desde os primeiros estágios de desenvolvimento sempre caracterizou fortemente a Europa medieval, incorporando padrões históricos, culturais, políticos e antropológicos que eram predominantes na época”, respondeu Yoshida.

“Ao decidir sobre o cenário mais adequado à história que queríamos contar – a história de uma terra assolada pela Praga – sentimos que, em vez de criar algo em escala global, era necessário limitar o escopo a um uma única massa de terra – uma geograficamente e culturalmente isolada do resto do mundo em uma era sem aviões, televisão ou telefones”.

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Devido à característica de isolamento da região onde se passa a história, Yoshida afirmou que não poderia ser tão diverso quanto o mundo real, ou mesmo outros jogos de Final Fantasy que se desenrolam em vários locais.

“Em última análise, sentimos que, embora a incorporação da diversidade étnica em Valisthea fosse importante, uma incorporação excessiva a esse canto único de um mundo muito maior poderia acabar causando uma violação dos limites narrativos que originalmente estabelecemos para nós mesmos. A história que estamos contando é fantasia, sim, mas também está enraizada na realidade”.

O produtor também afirmou que “pode ser um desafio atribuir etnias distintas a antagonista ou protagonista sem desencadear preconceitos do público, convidar especulações injustificadas e, finalmente, atiçar chamas de controvérsia”.

“No final, nós simplesmente queremos que o foco seja menos na aparência externa de nossos personagens e mais em quem eles são como pessoas – pessoas que são complexas e diversas em suas naturezas, origens, crenças, personalidades e motivações. Pessoas cujas histórias podemos ressoar. Há diversidade em Valisthea. Diversidade que, embora não abrangente, é sinérgica com o cenário que criamos e é fiel às nossas inspirações”.

Final Fantasy 16 tem lançamento previsto para meados de 2023 no PlayStation 5.