O produtor de Ancestors: The Humankind Odyssey, Patrice Désilets, culpou parte das notas baixas recebidas pelo jogo à má vontade dos avaliadores que, segundo ele, sequer jogaram.

Lançado em agosto, Ancestors ficou com a nota média 65/100 no agregador Metacritic, algo que Désilets considerou “o elefante na sala” ao discursar em uma palestra na qual ele falou sobre a criação e o desenvolvimento do jogo.

“Estou acostumado a ter números maiores do que isso, então é o elefante na sala”, disse ele, referindo-se aos três primeiros jogos da série Assassin’s Creed, que foram seus trabalhos mais notáveis. “Mas as pessoas esperavam que meu estúdio de 35 pessoas fosse lançar um jogo muito próximo de Assassin’s Creed, e isso simplesmente não é possível. Tomamos algumas decisões duras para lançar o jogo, e queríamos que fosse diferente”.

Para Désilets, além das expectativas mal ajustadas a um projeto menos ambicioso e mais inovador, Ancestors sofreu com a má vontade dos avaliadores. “Sabemos que alguns avaliadores realmente não jogaram o jogo… Meu pessoal ficou chateado”, disse ele. “Faz parte do nosso setor – eles precisam avaliar jogos e têm 15 deles para avaliar em uma semana, e às vezes não têm tempo. E como Ancestors é tão diferente, alguns deles falaram ‘urgh, não tenho tempo para isso'”.

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O produtor lembrou que um avaliador chegou a descrever algo que sequer existe no jogo, o que comprova sua impressão de que ele não jogou. “Sabemos que alguns inventaram alguns elementos do jogo – como não há fogo e você não pode andar a cavalo, mesmo que um avaliador tenha dito ‘oh, não foi tão bom assim quando você monta em um cavalo'”.

Désilets reconheceu também que teve dificuldades ao assumir o cargo de chefe de um estúdio pela primeira vez, enquanto conciliava as funções administrativas com o papel de designer.

“Presidente, CEO, responsável por 35 famílias”, disse Désilets. “O designer de jogos em mim quer tomar uma decisão sobre a qualidade e outros detalhes, e então o outro cara diz: ‘não, não, sou responsável por essas pessoas e preciso tomar uma decisão que garanta que o estúdio não acabe, e que continue por pelo menos dois outros anos… … Sem eles, eu não estou aqui”.