A Blizzard, autora de Overwatch e Heroes of the Storm, vai apresentar sua “rendição” na sequência da proibição de loot boxes em jogos decretada pela Comissão de Gaming da Bélgica, a autoridade desse país neste assunto. Em um comunicado, a empresa afirma que, apesar de não concordar com a interpretação que está sendo feita, vai obedecer à notificação das autoridades e irá retirar suas loot boxes pagas desses jogos no mercado belga.

Depois do anúncio da ilegalidade das loot boxes há alguns meses, por parte do organismo de regulação belga, um desfecho como esse só poderia ser esperado.

Loot boxes: a polêmica

É de esperar que outros países europeus sigam o exemplo, bem como os Estados Unidos e a Austrália. As loot boxes viraram assunto polêmico no segundo semestre de 2017, quando surgiram os primeiros relatos de que jovens por todo o planeta estavam gastando dinheiro em algo que funcionava de um jeito semelhante a uma máquina caça-níquel. E claro; ao contrário do que acontece com as plataformas de cassino online do CassinosBrazil, que só são permitidas para adultos, o mesmo não acontece com os games.

Críticas na mídia e em vários parlamentos nacionais surgiram em diversos países, com a Bélgica e Holanda se adiantando na proibição. Entretanto, grande parte do planeta vem demorando um pouco mais. Na Austrália, o senador Jordon Steele-John defende que isso acontece porque a maioria da classe política “parou no tempo do Pacman”, isto é, tem mais idade e não compreende o fenômeno. Steele-John, verdadeiro fenômeno da política australiana, tem 23 anos, é um “gamer” e está liderando o processo que poderá levar o país a tomar medidas mais fortes contra as loot boxes.

Alternativas

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No site da Forbes, a famosa revista econômica e de negócios, o jornalista Paul Tassi vem sendo uma voz forte contra a utilização de loot boxes. Ele aponta o bom exemplo de Fortnite, um dos jogos mais populares do momento a nível mundial, de como é possível monetizar um jogo online de nosso tempo sem recorrer a loot boxes. Sendo gratuito, o jogo recorre principalmente à venda de itens por um preço fixo – sem recorrer ao desnecessário sorteio. Mesmo que cada jogador possa ter uma opinião diferente sobre um “glider”, usado para o combate, ou um marcador de mapa customizado, que é só estético (e, na opinião de Tassi, irrelevante), pelo menos cada um sabe o que está comprando ao pagar.

E no Brasil?

Curiosamente (ou talvez não), a polêmica parece ainda não ter chegado ao Brasil, apesar de a mídia nacional ter acompanhado o problema desde que a polêmica começou. Será que é por estarmos mais preocupados com a criminalidade “offline” do que com o shooting “online”? Todavia, quanto o tema é liberação de jogos de azar e apostas esportivas, existe uma forte oposição… talvez esteja acontecendo entre nós o mesmo fenômeno referido pelo senador australiano.