Documentos judiciais publicados como parte do processo da Epic Games contra a Apple revelam que a Microsoft rasgou elogios a The Last of Us Parte II em uma análise competitiva feita pela equipe do Xbox. O jogo foi considerado pelos rivais da Sony como um padrão a ser almejado, ainda que, para eles, a Naughty Dog seja fraca no design de combate com armas.

A análise detalhada de The Last of Us Parte II feita pela equipe GGPD (Global Gaming Partnership & Development) do Xbox foi um dos documentos cedidos pela Microsoft aos juízes do processo. Nela, a equipe do Xbox afirma que The Last of Us Parte II “define um novo padrão para o que esperamos ser capazes de alcançar entrando em uma nova geração de consoles”.

“Last of Us Part II é um jogo extremamente raro no que ele realiza em avançar a arte da narrativa em videogames como meio. Em última análise, isso supera se todos ‘gostam’ ou até mesmo se todos se ‘divertem’ jogando”.

“Dito isso, nós o amamos, nos divertimos muito jogando e continuamos pensando sobre seus personagens e histórias, mesmo depois de terminar o jogo”, escreveram os improváveis fãs da Sony.

“A qualidade visual e atenção aos detalhes em The Last of Us Parte II é absolutamente a melhor da classe em basicamente todas as áreas, e a apresentação geral está significativamente à frente de qualquer coisa que outras equipes têm produzido no console e no PC”.

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“Frequentemente ficávamos surpresos com a qualidade do visual do jogo, algo que infelizmente raramente acontece nos dias de hoje. É ainda mais impressionante considerando que o jogo apresenta dois personagens de jogadores separados com diferentes grupos de aliados, em locais diferentes, juntamente com sequências de flashback ocorrendo anos antes”.

A análise destaca também momentos de “simulador de caminhada” em The Last of Us Parte 2 orientados pela narrativa do jogo. “Embora isso possa não ser o que muitos jogadores estão esperando, eles são excepcionalmente bem feitos e realmente mostram o que outros jogos, especialmente jogos de aventura narrativa pura, devem aspirar a realizar com o diálogo, apresentação e dublagem de seus personagens”.

“O fato de o jogador não ter a capacidade de influenciar muito ou determinar o resultado da narrativa pode ser um anátema para muitos jogadores… no entanto, poderíamos argumentar que nem todo videogame deve ser sobre o jogador assumir o controle da história de seu personagem”.

“O meio de entretenimento interativo também precisa de jogos que gerem histórias em que você participe mais na capacidade de um ‘observador’ ativo, assim como outros meios de entretenimento, caso contrário, ficaremos presos a um número limitado de histórias para contar”, continua a análise.

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A avaliação reservou as palavras mais gentis para os visuais e narrativas de The Last of Us Parte II, mas foi crítica ao design de combate, item que eles consideram o ponto fraco da Naughty Dog.

“A Naughty Dog ainda não consegue fazer combates decentes com armas de fogo em nenhum de seus jogos, e este não é exceção”, afirma a análise. “Felizmente para eles, isso se encaixa no tema geral do jogo e leva o jogador a usar a furtividade”.

O julgamento do caso Epic Games vs. Apple começará nesta segunda-feira. Além do CEO da Epic, Tim Sweeney, e o CEO da Apple, Tim Cook, serão ouvidos executivos da Microsoft como a VP de desenvolvimento de negócios Lori Wright.