A Microsoft ofereceu à Sony um acordo garantindo o lançamento de novos Call of Duty em seus consoles por pelo menos 10 anos, em mais uma tentativa de resolver o impasse que tem impedido a aprovação da compra da Activision Blizzard.

A proposta, revelada em um novo artigo do New York Times, foi formulada em 11 de novembro e parece mais generosa do que os vagos compromissos mencionados até agora. A Sony não comentou esta nova proposta, de acordo com o jornal.

Dos 16 governos que estudam a aquisição, apenas o Brasil e a Arábia Saudita deram até agora luz verde (a Sérvia está prestes a juntar-se a eles, segundo a Microsoft) enquanto que entidades como a Comissão Europeia e a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido iniciaram uma revisão aprofundada da fase II que pode durar até março de 2023. Nos Estados Unidos, a comissão antitruste (FTC) está estudando o caso com cuidado e ainda não se pronunciou publicamente, mas sua diretora Lina Khan já conseguiu mostrar intransigência em relação a grandes fusões e aquisições no passado, em particular feitas pela Amazon.

Recentemente, o chefe do Xbox, Phil Spencer, disse que poderia manter Call of Duty no PlayStation por tempo indeterminado, renovando os compromissos firmados. Para fins legais, entretanto, tais acordos precisam sempre determinar uma data, que nesta proposta mais recente seria de dez anos.

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“A ideia de que poderíamos escrever um contrato que diga ‘para sempre’ é um pouco ridícula, mas não tenho nenhum problema em assumir um compromisso de longo prazo que esteja bem com a Sony e os reguladores”, disse Spencer ao site The Verge.

Segundo o New York Times, a Microsoft acusa a Sony de querer enganar a autoridade da concorrência ao superestimar a importância de Call of Duty. E embora possa ser um exagero pensar que a perda de Call of Duty traria a queda imediata do império PlayStation, o desempenho recorde de Call of Duty: Modern Warfare 2, que gerou um faturamento de um bilhão de dólares em 10 dias, veio como um lembrete de como a série da Activision segue insubstituível no mercado.