A Microsoft reassegurou que Call of Duty não se tornará um exclusivo do Xbox após a conclusão da compra da Activision Blizzard e novos jogos da série serão lançados no PlayStation por “vários anos”, mesmo após o fim do contrato vigente entre a Sony e Activision que garante algumas vantagens para o público do PlayStation.

Falando ao site The Verge, o chefe do Xbox, Phil Spencer, disse que a Microsoft se comprometeu a disponibilizar a série no PlayStation por “mais vários anos” após o fim do contrato da Sony com a Activision, que já garante o lançamento dos três próximos Call of Duty no PlayStation.

“Em janeiro, fornecemos um acordo assinado com a Sony para garantir Call of Duty no PlayStation, com paridade de recursos e conteúdo, por pelo menos mais alguns anos além do contrato atual da Sony, uma oferta que vai muito além dos acordos típicos da indústria de jogos”, disse Spencer.

Embora os detalhes do atual contrato entre a Sony e a Activision não sejam de conhecimento público, fontes da Bloomberg disseram que a editora estava contratualmente obrigada a lançar pelo menos os próximos três jogos de Call of Duty para consoles PlayStation. Eles seriam Modern Warfare 2 e Warzone 2 previstos para sair no final de 2022 e um novo jogo da Treyarch, desenvolvedora de Black Ops, que pode sair apenas em 2024.

A compra da Activision Blizzard pela Microsoft foi anunciada em janeiro mas ainda está sendo examinada por reguladores de vários mercados preocupados com as implicações antitruste.

pp_amp_intext | /75894840,171588685/OUTER_SPACE_AMP_02

Embora já tenha recebido o sinal verde pelos reguladores na Arábia Saudita, a Microsoft ainda espera pela confirmação do negócio nos principais mercados mundiais, incluindo o Brasil. Na semana passada, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) disse que sua investigação sobre a fusão pode ser expandida devido a preocupações pendentes, principalmente por temer o impacto na capacidade competitiva da Sony.

“Atualmente, o PlayStation tem uma participação maior no mercado de jogos de console do que o Xbox, mas a CMA considera que Call of Duty é suficientemente importante para que perder acesso a ele (ou perder acesso em termos competitivos) possa afetar significativamente as receitas e a base de usuários da Sony”, explicou o órgão britânico em um comunicado.

“Esse impacto provavelmente será sentido especialmente no lançamento da próxima geração de consoles, onde os jogadores tomam novas decisões sobre qual console comprar. A CMA acredita que a fusão poderia, portanto, enfraquecer significativamente o rival mais próximo da Microsoft, em detrimento da concorrência geral nos jogos de console”.

A CMA disse que a Microsoft e a Activision Blizzard têm até 8 de setembro para apresentar propostas abordando suas preocupações. Caso contrário, a entidade irá prosseguir com uma investigação mais demorada do caso.