Lutando para que sua proposta de compra da Activision Blizzard seja aprovada pelos reguladores de mercado na Europa, a Microsoft está diminuindo o valor e importância das suas próprias franquias, ao mesmo tempo em que tenta aumentar os méritos da rival e principal força de oposição ao negócio, a Sony.

Como parte de uma nova etapa de investigação iniciada pela Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido, a Sony e a Microsoft trouxeram novos argumentos à mesa. A primeira alega que Call of Duty é insubstituível e perdê-lo faria com que o PlayStation virasse um novo Nintendo, sem jogos de tiro para o público maior de idade. Já a segunda está agora tentando diminuir o valor de seus principais produtos, argumentando que jogos como Elder Scrolls e Starfield são “de tamanho médio” e os exclusivos do PlayStation são jogos melhores que os equivalentes do Xbox.

“Há mais de 280 títulos exclusivos próprios e de terceiros no PlayStation em 2021, quase cinco vezes mais do que no Xbox”, diz a Microsoft em sua tentativa de parecer menor que a rival.

“A Sony tem mais jogos exclusivos do que a Microsoft, muitos dos quais são de melhor qualidade”, continua a proprietária do Xbox. “Os jogos originais exclusivos da Sony e da Nintendo estão entre os mais vendidos na Europa e no mundo” e “o conteúdo atual exclusivo da Sony inclui títulos originais proeminentes, como The Last of Us, Ghosts of Tsushima, God of War e Spiderman”.

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“Além de ter conteúdo exclusivo absoluto, a Sony também firmou acordos com editores terceirizados que exigem a exclusão do Xbox do conjunto de plataformas em que esses editores podem distribuir seus jogos”.

Em seguida, o documento da Microsoft enviado aos reguladores do Reino Unido classifica o tamanho dos jogos que ela já tem e almeja ter, colocando Fallout 76 como um título de nicho, e The Elder Scrolls junto de Starfield e Redfall como títulos de “tamanho médio”, que podem ser exclusivos do Xbox e, portanto, merecedores de um tratamento diferente de Call of Duty na estratégia da empresa.

Embora o uso da palavra “médio” vise claramente rebaixar The Elder Scrolls aos olhos dos reguladores, a Microsoft pelo menos mantém a racionalidade em seu argumento ao colocar o RPG fora da categoria de jogos de massa, e portanto “grandes”, que seriam os casos de Call of Duty e Minecraft. Este último, segundo ela, seria uma prova de que pretende continuar com a estratégia multiplataforma para não excluir os milhões de usuários que os jogos conseguiram fora do Xbox.