A onda de demissões no setor de tecnologia chegou, ainda que tarde, à Epic Games, que anunciou planos para dispensar cerca de 900 funcionários, 16% de sua força de trabalho.

As demissões, anunciadas hoje pelo CEO da Epic, Tim Sweeney, visam equilibrar as contas da Epic Games, que tem investido todo o seu lucro e operado no vermelho há algum tempo.

Segundo o executivo, a maior parte das demissões ocorrerão em seus braços Bandcamp, responsável pela plataforma de distribuição de músicas, e SuperAwesome, criadora de tecnologias voltadas ao uso da internet por crianças.

“Já faz algum tempo que gastamos muito mais dinheiro do que ganhamos, investindo na próxima evolução da Epic e no crescimento do Fortnite como um ecossistema inspirado no metaverso para criadores”, escreveu Sweeney em um comunicado.

“Há muito tempo que estava optimista de que conseguiríamos ultrapassar esta transição sem demissões, mas, em retrospectiva, vejo que isso não era realista. Embora Fortnite esteja começando a crescer novamente, o crescimento é impulsionado principalmente pelo conteúdo do criador com participação significativa nas receitas, e este é um negócio de margem menor do que tínhamos quando Fortnite Battle Royale decolou e começou a financiar nossa expansão”.

“O sucesso com o ecossistema criador é uma grande conquista, mas significa uma grande mudança estrutural na nossa economia. Pessoas da Epic em todo o mundo têm feito esforços contínuos para reduzir custos, incluindo a mudança para contratação líquida zero e corte de gastos operacionais em coisas como marketing e eventos. Mas ainda acabámos muito aquém da sustentabilidade financeira. Concluímos que as demissões são o único caminho e que fazê-las agora e nesta escala estabilizará as nossas finanças”, explicou ele.

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As demissões na Epic Games sucedem a redução generalizada nos quadros das maiores empresas de tecnologia americanas este ano. A Microsoft, por exemplo, dispensou aproximadamente 10.000 funcionários no começo do ano, incluindo alguns do Xbox e da Bethesda, e várias produtoras de jogos, como a Riot Games, CD Projekt Red, EA, Blizzard e Unity também anunciaram demissões recentemente. Em todos os casos, as empresas viram a necessidade de reverter a expansão que ocorreu nos anos da pandemia e equalizar suas finanças em um cenário econômico pior em nível global.