A Naughty Dog não quer ser conhecida apenas pelos jogos super-produzidos e com gráficos impressionantes, mas também como um estúdio que prioriza a diversidade, isto é, a inclusão de mulheres e negros em papéis de destaque em seus jogos.

Em entrevista a uma rádio americana, o diretor da série Uncharted, Neil Druckmann, revelou que o Naughty Dog hoje considera a diversidade um dos pilares essenciais na criação de seus jogos, ao lado da jogabilidade, gráficos e história.

“Eu tenho falado mais e mais sobre isso recentemente com a equipe. Quando você faz um jogo, você tem esses diferentes pilares que você está tentando equilibrar”, disse Druckmann. “São os gráficos, a jogabilidade e a história e você tenta não deixar qualquer pilar dominar o outro. Você tenta apenas manter todas essas coisas em sua mente como, como é que tudo funciona em conjunto? Recentemente, percebi que há este outro pilar da diversidade. Isso é tão importante como qualquer um desses outros pilares. Eu empoderei pessoas na equipe que fizeram desta a sua principal prioridade.”

Druckmann contou que ele e o designer de personagens Ashley Swidowski estão constantemente se cobrando em relação à diversidade e tentam incluir negros e mulheres sempre que criam um novo papel nos jogos. Quando cria novos personagens, Swidowski pergunta para Druckmann coisas como “Esse pode ser uma pessoa de cor? Esse pode ser uma mulher?”

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O diretor se definiu como “muito progressista”, embora seu “padrão” seja de “homem, branco, hetero e cristão”.

“Isso é bem interessante porque sou judeu, mas essa é a norma pra mim no momento. É um desafio e exige energia para me desviar disso. Então é importante empoderar as pessoas na equipe que irão em direção a este pilar.”

O Naughty Dog não está sozinho em sua agenda progressista. Recentmente, a produtora DICE revelou que a diversidade também é o foco em Battlefield 1, por isso eles escolheram centrar o enredo na participação de um pelotão negro da Primeira Guerra Mundial, os Harlem Hellfighters.

O DICE chegou a cogitar colocar mulheres como soldados na Primeira Guerra Mundial, mas desistiu por achar que, neste caso, a agenda progressista estaria conflitando exageradamente com o realismo. Porém, o estúdio ainda conseguiu dar papeis importantes às mulheres no enredo da Primeira Guerra. “Você pode ver no trailer que há uma guerreira beduína em um cavalo. Ela é uma personagem jogável da campanha”, adiantou o estúdio.