Avanços tecnológicos conquistados nos últimos 30 anos estão impactando duramente a arquitetura e a mobilidade urbana das cidades. Enquanto montadoras Hyundai, GM e BMW desenvolvem carros elétricos para diminuir os impactos ao meio ambiente, empresas de diversas partes do mundo estão apostando em outras formas de locomoção.

Para além dos impactos ambientais causados pela utilização de combustíveis fósseis, como o petróleo, parte da população está receosa em utilizar o transporte público em meio à pandemia. Evitar aglomeração é uma regra básica para evitar a disseminação do coronavírus. Por isso, a adaptação feita para novos meios de transporte que ignorem ônibus e metrô, por exemplo, poderão ser irreversíveis mesmo com o coronavírus controlado.

Já há em cidades como Paris e Amsterdã um lobby muito forte para que a infraestrutura das cidades possam ter menos espaço para carro e maior espaço para as bicicletas, amplamente utilizadas durante a pandemia. No que diz respeito à tecnologia, novas formas de locomoção ganharam protagonismo. Muitas pessoas passaram a comprar hoverboard para se deslocar, ganhando agilidade e evitando contato com outras pessoas.

O hoverboard é uma espécie de skate elétrico, que utiliza motores e rodas, e se move de acordo com a inclinação do corpo. Na verdade, o hoverboard funciona como um mix de skate e patins, com os dois pés unidos por uma estrutura quase sempre metálica e muito resistente. A febre surgida nos EUA se espalhou pelo mundo. Além disso, deixou de ser brinquedo de criança e virou artefato fundamental na vida de quem quer se mover com agilidade nas cidades.

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O hoverboard pode ultrapassar os 8 km/h, o que é algo considerável. Imagine um trajeto curto demais para fazer utilizando carro ou ônibus, mas longo demais para se fazer à pé? É ainda que esse aparelho cai como uma luva, porque é ágil, pequeno e ainda garante uma boa dose de adrenalina durante o passeio.

Assim como o hoverboard, outros aparelhos seguem uma tendência parecida de crescimento e aceitação no mercado de mobilidade urbana. Um caso bem conhecido são os patins elétricos, que também viraram febre em diversas cidades. Empresas, principalmente startups, tem criado modelos que sejam adaptáveis à cidade para que a população possa utilizá-los nas mais diferentes tarefas.

Enquanto a tecnologia muda o panorama das cidades, governos tentam encontrar uma forma de regularizar tais práticas. Isso porque, tanto o hoverboard quanto o patins ganharam relevância no trânsito e na locomoção das pessoas. Com isso, tais equipamentos têm disputado espaço com carros, pedestres e bicicletas. Isso sem contar na velocidade que atingem.

No Reino Unido, as empresas de tecnologia têm pressionado o governo local para que os veículos sejam permitidos, argumentando que eles reduzirão o tráfego e a poluição. Do lado oposto, críticos afirmam que essas plataformas colocam os pedestres em risco.

De acordo com a Lei de Rodovias do Reino Unido de 1835, as ruas e avenidas do país só podem ser usadas por pedestres e veículos motorizados legalizados e com condutor habilitado. Nessas condições, utilizar patins elétricos ou hoverboards requer que os usuários estejam em conformidade com as normas técnicas e o teste de condução.

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Nos Estados Unidos, também houve pedidos para reexaminar a segurança das scooters elétricas após acidentes com ferimentos graves. Um estudo da watchdog Consumer Reports sugere que houve pelo menos 1.545 acidentes relacionados com scooters nos EUA desde 2017.

Não há qualquer órgão brasileiro que regule esse equipamento, o que faz com que ele não tenha qualquer selo de segurança nacional. O mais próximo que conseguimos chegar para analisar a qualidade do produto e verificar se ele contempla os requisitos básicos de segurança é o selo da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo.