Interessada em espalhar seus tentáculos pelo mercado ocidental, assim como sua competidora NetEase, a chinesa Tencent parece ter visto na Ubisoft uma oportunidade de se consolidar rapidamente como um grande player mundial. Segundo a agência de notícias Reuters, o grupo baseado em Shenzhen pretende aumentar sua participação na editora francesa e se tornar a principal acionista, acima da família Guillemot.
Já acionista de 5% da Ubisoft, a gigante chinesa se reuniu com a família Guillemot em maio passado para apresentar sua proposta de aumentar sua participação na empresa, segundo quatro fontes familiarizadas com o assunto. A reportagem não diz o quanto a Tencent planeja aumentar sua participação na Ubisoft, mas seu objetivo seria se tornar o principal acionista, título que hoje pertence aos Guillemot, que detém 15% do capital.
A Reuters sugere que a Tencent estaria disposta a oferecer até 100 euros por ação para evitar que qualquer concorrente faça uma oferta melhor. Uma proposta que parece bem atraente diante dos 44 euros por ação negociados hoje pela Ubisoft, e superior a outra proposta de 95 dólares por ação feita pela Microsoft na compra da Activision Blizzard. Em 2018, a Tencent pagou 66 euros por ação para ficar com 5% da Ubisoft.
“A Tencent está muito comprometida em concluir o acordo, pois a Ubisoft é um ativo estratégico muito importante para a Tencent”, comentou uma das fontes da Reuters.
À medida que suas oportunidades de crescimento diminuem na China, principalmente devido a restrições locais ao tempo de jogo online permitido para menores de idade ou à aprovação de novos lançamentos, a Tencent está investindo cada vez mais em empresas estrangeiras.
Movimentação parecida está em execução na NetEase, que no último ano abriu estúdios ocidentais, comprou o francês Quantic Dream, o japonês Grashopper Manufacture e convenceu Toshihiro Nagoshi, da série Yakuza, a deixar a Sega.
Em 2021, as receitas de videogames da Tencent na China caíram 1%, enquanto as do exterior aumentaram 4%.