Duas semanas após restringir severamente o acesso de menores a jogos online, o governo chinês determinou que nenhum novo jogo de videogame será lançado no país até que novas medidas para conter o vício dos jovens sejam implementadas.

De acordo com o South China Morning Post, de Hong Kong, a proibição foi supostamente revelada durante uma reunião recente entre empresas de jogos chinesas como a Tencent e as autoridades do partido comunista. Nenhuma das empresas comentou sobre a suspensão a não há data prevista para o fim da restrição a lançamentos de jogos.

A proibição aos videogames é uma pauta antiga do governo chinês. Entre os anos 2000 e 2015, havia uma quase proibição total da comercialização de consoles no país, mas as restrições foram relaxadas a partir da criação de uma zona de livre comércio em Xangai, onde foram iniciadas operações para lançar os consoles da Sony, Microsoft e Nintendo na China.

Mas é o mercado de jogos para PC, especificamente o de jogos online, que tem mais crescido na China e preocupado as autoridades, que enxergam a atividade como “drogas eletrônicas”, prejudiciais à vida e desenvolvimento profissional dos jovens.

Em março de 2018, a China congelou o processo de aprovação de jogos, deixando as empresas incapazes de lançarem novos títulos por vários meses. Além disso, o órgão de censura e aprovação tornou o processo de obtenção dessas licenças mais rigoroso. Como efeito, a Tencent ficou impossibilitada de lançar jogos como Monster Hunter e atualizações de PUBG e Fortnite Battle Royale.

pp_amp_intext | /75894840,171588685/OUTER_SPACE_AMP_02

Na época, o Ministério da Educação chinês pediu ao governo chinês que também tratasse do problema crescente da miopia em crianças, que foi atribuído a longas horas de jogos em telas pequenas, como em dispositivos móveis.

Segundo fontes do SCMP, a aprovação de novos jogos já estava muito lenta este ano e as empresas de videogame precisavam “limpar” seus jogos de tudo aquilo que as autoridades descreveram como “o conjunto errado de valores”, incluindo “adorar o dinheiro” e “amor gay”. Eles também foram alertados para não maximizar seus lucros com videogames e garantir que os jovens não se tornem viciados.

Os videogames são uma indústria de bilhões de dólares na China, onde há mais de 665 milhões de jogadores — o maior mercado de jogos do mundo.