O surpreendente fim da parceria da Activision Blizzard com a editora chinesa NetEase teria sido motivado pela interpretação, por parte do CEO da empresa americana, de um sinal contrário à aprovação da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft na China.

Em novembro passado, a NetEase anunciou que não poderia mais administrar os jogos da Blizzard na China, pois a Activision Blizzard teria decidido encerrar o contrato de licenciamento que existia desde 2008. A decisão significou o fim dos servidores e a perda dos dados dos usuários de jogos muito populares na China, como World of WarCraft, Hearthstone, Warcraft III: Reforged, Overwatch, a série StarCraft, Diablo 3 e Heroes of the Storm.

Na ocasião, o chefe de parcerias da NetEase, Simon Zhu, comentou pelo LinkedIn que decisão de terminar os serviços dos jogos da Blizzard na China era responsabilidade de “um idiota”, e os detalhes viriam a público em outra oportunidade.

Agora, uma reportagem do New York Times traz detalhes dos bastidores do ocorrido e cita testemunhas que confirmam um desentendimento entre o CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, e o chefe da NetEase, Ding Lei.

Especificamente, Kotick teria interpretado uma fala de Ding Lei durante uma reunião, mediada por tradutores, como uma ameaça à aprovação da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft na China

pp_amp_intext | /75894840,171588685/OUTER_SPACE_AMP_02

A polêmica, segundo as fontes do jornal, teria surgido após Ding apontar possíveis obstáculos à aprovação do acordo entre a Activision Blizzard e Microsoft na China que existiriam no contrato com a NetEase.

Kotick, porém, sentiu a menção ao assunto como uma “ameaça” e então decidiu encerrar a parceria e buscar um novo sócio chinês.

O encerramento da parceria com a NetEase significou o fim das contas de mais de três milhões de jogadores de World of Warcraft, Hearthstone e vários títulos de Diablo e StarCraft.