Enquanto a Sony tenta convencer os órgãos reguladores de vários mercados que a compra da Activision pela Microsoft é um risco para a continuidade da série Call of Duty no PlayStation e um movimento contra os interesses do público, a Electronic Arts torce para que o negócio vá adiante e crie um cenário mais favorável à série Battlefield.

Falando durante um evento do banco Goldman Sachs, o CEO da EA, Andrew Wilson, disse que Call of Duty potencialmente se tornando exclusivo do Xbox criaria uma “tremenda oportunidade” para Battlefield.

“Em um mundo onde pode haver dúvidas sobre o futuro de Call of Duty e quais plataformas podem estar ou não, sendo agnóstico de plataforma e completamente multiplataforma com Battlefield, acho que é uma tremenda oportunidade”, disse o executivo.

As incertezas sobre o futuro da franquia Call of Duty no PlayStation têm sido o principal argumento da Sony para tentar barrar a compra da Activision Blizzard pela Microsoft. A empresa argumentou aos órgãos reguladores que Call of Duty é um jogo único, difícil de substituir e que tem potencial para tornar a Sony e o PlayStation menos competitivos num cenário futuro.

A Microsoft assegurou que pretende manter Call of Duty no PlayStation por “mais vários anos” após o fim do atual contrato entre a Sony e a Activision, que já garante três jogos no PlayStation. Estes seriam Call of Duty Modern Warfare 2 e Call of Duty Warzone 2 deste ano e um novo jogo da desenvolvedora de Black Ops, Treyarch, que pode sair apenas em 2024.

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O acordo da Microsoft para adquirir a Activision Blizzard está sendo examinado por reguladores de várias regiões do mundo, incluindo o Brasil. Por enquanto, apenas a Arábia Saudita deu o sinal verde para a conclusão do negócio.

No início deste mês, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) disse que sua investigação sobre a fusão pode ser expandida devido a preocupações pendentes, principalmente relacionadas à presença de Call of Duty no PlayStation e a capacidade da Sony de competir.

Enquanto isso, a EA segue determinada a reencontrar o rumo da série Battlefield, que está em um momento de baixa após o fracasso comercial de seus últimos dois lançamentos. Os planos para a série incluem um novo jogo cuja campanha será desenvolvida pela Ridgeline Games, liderada pelo co-criador de Halo, Marcus Lehto.