O criador do primeiro God of War, David Jaffe, revelou ter rejeitado uma proposta de US$ 100 milhões da Tencent para criar um jogo, por conta de sua posição contrária à China.

Em conversa no podcast Sacred Symbols+, o diretor de God of War discutiu como se sentiu desconfortável com o “cortejo” da Tencent.

“Eu tinha um acordo de US$ 100 milhões”, afirmou Jeffe. “Fui cortejado por uma empresa chinesa e eu disse ‘não, obrigado’, porque você é a Tencent e não quero nada com você”.

“Foi ruim porque era a Tencent ocidental, e era um cara ocidental que eu respeito que estava me ligando e eu não estava tentando envergonhar o cara. Espero que ele tenha uma pele grossa o suficiente, e ele seja um executivo nos negócios há muito mais tempo do que eu, mas eu fiquei tipo ‘cara, eu não quero fazer negócios com uma empresa como essa, com um governo como esse’”.

Em seguida, Jaffe foi mais específico sobre suas restrições a trabalhar com empresas chinesas.

“Pare de matar pessoas”, disse ele. “Mais uma vez, as pessoas vão pensar: ‘As mãos da América não estão limpas’, não, elas não estão limpas, mas também não estamos, você sabe, todos nós temos um sistema que, se realmente dermos a mínima, poderíamos mudar isto. Na China, você é pego na rua se estiver online e disser algo ruim sobre a polícia ou o governo ou qualquer coisa e quem sabe quando eles o verão novamente. Isso sem mencionar se você é um maldito uigur”.

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A Tencent é hoje a maior empresa de games do mundo e dona, entre outras marcas, da Riot Games, criadora de League of Legends. O grupo também detém 40% da Epic Games e participação na Activision Blizzard, Ubisoft, Krafton, PlatinumGames, Marvelous Inc e Playtonic Games. Fora dos games, a empresa é dona do WeChat, o principal aplicativo de mensagens da China.