Um vídeo gravado na Game Developers Conference de 2017, mas divulgado para o público apenas agora, revelou uma constrangedora apresentação da equipe de Diversidade e Inclusão da Activision Blizzard enquanto tentava aplicar conceitos de uma ferramenta de análise de diversidade para jogos em Super Mario.

A Activision Blizzard anunciou com orgulho sua Ferramenta Espacial de Diversidade no dia 12 de maio, quando afirmou que as equipes de desenvolvimento de Call of Duty: Vanguard e Overwatch 2 haviam testado seus recursos com muito entusiasmo. A ferramenta, criada pelos novos contratados de diversidade da empresa, consiste em atribuir pontos de performance em quesitos a serem observados como raça, sexualidade, origem étnica e deficiência física, em um processo que não parece envolver tecnologia, mas apenas transformar observações em dados, estatísticas e gráficos.

A personagem Ana de Overwatch, por exemplo, ganha notas 7 em raça e cultura por ser árabe e egípcia, além de uma nota 4 no quesito deficiência por usar um tapa-olho e 5 em gênero por ser mulher. Nos quesitos corpo e orientação sexual a nota é zero por que a personagem é magra, tem curvas e é hétero.

“Usamos [a Ferramenta Espacial de Diversidade] para descobrir como ‘mais diversidade’ ficaria em todos os nossos personagens tanto nas temporadas multiplayer, campanha e ao vivo”, diz Alayna Cole, especialista em diversidade e inclusão da Activision. “E agora vamos usar esses dados nos próximos jogos em que estamos trabalhando”.

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A apresentação da ferramenta na GDC, que emergiu agora, mostra as funcionárias da Activision aplicando o conceito aos personagens da série Mario. O jogo da Nintendo foi reprovado por não ser diverso o suficiente.

Aparentemente, o Reino do Cogumelo carece de diversidade, principalmente pelos quesitos deficiência física e orientação sexual, já que os personagens não são deficientes e são todos supostamente heterossexuais.

No entanto, as especialistes da Activision Blizzard elogiam o fato dos irmãos Mario e Luigi serem italianos, o que permite que sua posição no gráfico da ferramenta seja um pouco mais “lá fora”. Mario também escapa de uma nota zero por ser baixo e “arredondado”.

O papelão da equipe de Diversidade e Inclusão da Activision Blizzard assustou até os militantes da causa nos Estados Unidos, e gerou uma resposta da empresa, que agora nega que a ferramenta esteja sendo usada no desenvolvimento de Overwatch 2 e Call of Duty Vanguard.

Além de criar a ferramenta de análise de diversidade, a equipe de D&I da Activision Blizzard tem como meta assegurar que 50% da força de trabalho da empresa seja formada por mulheres e pessoas não-binárias nos próximos anos.