Comprometidas com diversidade e inclusão no discurso, a Activision Blizzard e a EA querem que novos critérios de contratação que as obriguem a considerar mulheres e candidatos “de cor” para cada vaga não sejam aplicados aos seus negócios.

Recentemente, a AFL-CIO, maior central operária dos Estados Unidos e Canadá, apresentou propostas como acionistas solicitando à Activision Blizzard e à Electronic Arts que adotassem políticas que obrigassem as duas empresas a entrevistar e considerar candidatas mulheres ou de cor para cada posição aberta.

Agora, advogados das duas editoras rejeitaram publicamente o pedido alegando que a proposta é “impraticável” e afeta a capacidade das empresas de competir por novos talentos “em um mercado altamente competitivo e em rápida evolução”.

Apesar disso, a Activision Blizzard e a EA promovem o discurso de diversidade e inclusão que se tornou mantra para a maioria das grandes empresas americanas, alegando inclusive que contratar privilegiando a aparência sobre as habilidades seria um diferencial positivo.

“Uma força de trabalho diversificada em todos os níveis de uma empresa pode melhorar o desempenho da empresa a longo prazo”, disse a Activision em resposta às propostas da AFL-CIO. “Nosso talento é a força vital da Activision Blizzard. Valorizamos a diversidade da comunidade da Activision Blizzard e entendemos que nossos funcionários e jogadores vêm de uma ampla variedade de origens. Para oferecer entretenimento épico e envolvente para um público global diversificado e crescente, nossa força de trabalho deve refletir essas comunidades”.

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“O Conselho está comprometido em manter práticas de contratação que promovam a inclusão e a diversidade na EA”, comentou um porta-voz da EA. “De forma mais ampla, a EA acredita que uma força de trabalho diversificada e inclusiva é a chave para nosso sucesso. Ela alimenta nossa cultura criativa e nos permite criar jogos e experiências incríveis para milhões de jogadores em todo o mundo. A EA está comprometida em atrair talentos diversificados e dinâmicos – priorizando valores e práticas inclusivas em cada etapa da jornada do funcionário”.

A proposta da AFL-CIO foi baseada na regra Rooney da NFL, adotada em 2003 para exigir que todos os times da liga de futebol americano entrevistassem pelo menos um candidato “diverso” para cada vaga de treinador. O critério foi então expandido para incluir vagas para gerentes gerais e outros cargos executivos.