A Activision Blizzard informou que demitiu 20 funcionários e puniu outros 20 em decorrência das denúncias de machismo, assédio e discriminação que renderam um processo contra a empresa em julho.

Em um e-mail enviado a todos os funcionários, a vice-presidente executiva para assuntos corporativos, Fran Townsend, afirmou que a empresa recebeu um aumento nas denúncias de machismo, assédio e discriminação desde a ação movida pelo estado da Califórnia e medidas foram tomadas para mitigar os casos.

“Nos últimos meses, recebemos um aumento nos relatos por meio de vários canais”, disse Townsend. “As pessoas estão trazendo à tona questões que vão desde anos atrás até o presente”.

“Esses relatos são bem-vindos e nossa equipe tem trabalhado para investigá-los, usando uma combinação de recursos internos e externos. Com base nas informações recebidas no relato inicial, eles são designados em diferentes categorias e os recursos são alocados para priorizar os relatos mais sérios primeiro. Em conexão com vários relatos resolvidos, mais de 20 indivíduos saíram da Activision Blizzard e mais de 20 indivíduos enfrentaram outros tipos de ação disciplinar”.

Townsend também afirmou que a Activision Blizzard está tomando outras medidas para lidar com as reclamações de forma mais eficiente, incluindo adicionar 22 novos funcionários em tempo integral à sua equipe de Ética e Conformidade, nomear mais “Way to Play Heroes” – funcionários que ajudam outra equipe a relatar incidentes – e dando a eles quatro dias extras de férias por ano, combinar seus grupos de investigação em uma unidade centralizada dentro de um departamento central de Ética e Conformidade, que é separado das unidades de negócios e recursos humanos e triplicar o investimento em recursos de treinamento.

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Entre os 20 funcionários demitidos estão nomes do alto escalão da empresa, como o presidente da Blizzard, J. Allen Brack, que foi citado no processo da DFEH em julho.

Enquanto expurga os acusados de má conduta, a Activision Blizzard entrou com um pedido de suspensão da ação judicial movida pelo Departamento de Fair Emplyment and Housing (DFEH) da Califórnia, por um possível conflito de interesse por parte da promotoria.

O pedido da empresa afirma que a DFEH é representada pelos mesmos advogados que trabalharam anteriormente com Equal Employment Opportunity and Commision (EEOC), que por sua vez processou a Activision Blizzard novamente no contexto de casos de assédio e discriminação, chegando a US$ 18 milhões. Isso, segundo a empresa, representa um conflito de interesses que vai contra as leis do estado da Califórnia, por isso solicitou a suspensão do caso.

Além disso, a empresa também entrou com outro pedido para designar seu caso como legislação “complexa” e transferi-lo para outro tribunal, mais adequado para tratar de ação semelhante.

“Estamos ansiosos para resolver o caso com a DFEH de forma justa e em um tribunal apropriado. Compartilhamos a meta da EEOC e da DFEH de garantir um local de trabalho seguro e inclusivo que recompensa os funcionários de forma justa e continuará a se envolver para eliminar o assédio e a discriminação de nossos escritórios”, disse um porta-voz da Activision Blizzard.