A Activision Blizzard disse em seu último relatório a investidores que está tendo problemas para atrair novos funcionários e manter os existentes devido a vários fatores, entre eles a má repercussão dos processos movidos contra a empresa no ano passado por casos de machismo e discriminação.

A editora de Call of Duty, que foi adquirida em janeiro pela Microsoft, citou a escassez de mão de obra, a crescente competição por talentos e o aumento do atrito como fatores relacionados às suas atuais dificuldades de recrutamento. Problemas de imagem causados pelas investigações regulatórias sobre o tratamento de supostos casos de discriminação e assédio a funcionárias também se somaram aos desafios para o RH da empresa.

“Estamos enfrentando dificuldades crescentes para atrair e reter pessoal qualificado”, diz o relatório da Activision Blizzard. “Por exemplo, observamos uma taxa de rotatividade significativamente maior de nossa função de recursos humanos em 2021″.

“Além disso, litígios recentes envolvendo a empresa relacionados ao local de trabalho e preocupações dos funcionários, e a atenção da mídia relacionada podem ter um efeito adverso em nossa capacidade de atrair e reter funcionários e resultar em paralisações de trabalho”.

Em novembro, uma reportagem do Wall Street Journal alegou que o CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, estava ciente de várias alegações de má conduta na empresa e ele próprio teria perpetrado um caso de assédio a uma funcionária, inclusive deixando uma mensagem de voz em 2006, na qual ameaçava matar uma assistente.

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Um porta-voz da Activision disse sobre a acusação: “Sr. Kotick rapidamente se desculpou há 16 anos pela mensagem de voz obviamente hiperbólica e inapropriada, e lamenta profundamente o exagero e o tom em sua mensagem de voz até hoje”.

A Microsoft fechou um acordo de compra da Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões – o maior da indústria de jogos de todos os tempos. O negócio ainda depende de aprovação por agências reguladoras.