A Activision Blizzard planeja anunciar na terça-feira demissões “que podem chegar a centenas”, de acordo com uma fonte da agência Bloomberg.

As demissões seriam parte de um plano de reestruturação da editora de Call of Duty, Destiny e Overwatch, consequência de um ano de vendas fracas e sinais de crise geral entre os grandes players da indústria de games. Na semana passada, as ações da EA e Take-Two, duas das maiores editoras do setor, caíram bruscamente após o anúncio de resultados aquém do esperado para o exercício 2018-2019.

No início de janeiro, as ações da Activision tiveram queda de 7% após a editora anunciar uma separação do estúdio Bungie, que desenvolveu a franquia Destiny. O último jogo da série vendeu menos que o esperado, devido à forte competição no gênero de tiro em primeira pessoa e o novo cenário dominado por Fortnite e os jogos gratuitos de battle royale.

Segundo o site Kotaku, boa parte das demissões devem envolver funcionários ligados a Destiny, que foram contratados para funções de suporte e manutenção do jogo. Uma reestruturação na Blizzard estaria em curso desde 2018, quando o COO Armin Zerza assumiu com um plano de cortar custos e fazer com que a produtora lançasse mais jogos, ao invés de expansões. O último lançamento da Blizzard foi Overwatch em 2016.

A crise tem afetado as duas entidades que compõem a marca Activision Blizzard. As duas marcas operam de forma quase independente, mas sob a gestão do mesmo corpo de executivos. No ano passado, vários executivos foram embora, incluindo Eric Hirshberg, diretor executivo da Activision Publishing, Mike Morhaime, chefe de longa data da Blizzard, e o CFO Spencer Neumann, que foi contratado pela Netflix.

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Além de Fortnite ter roubado boa parte da receita das grandes produtoras, o último ciclo de ressurgimento da Nintendo com o Switch tem acirrado a competição pela atenção e dinheiro do público.